Quantas vezes não foram surpreendidos com um súbito olhar, com aquele olhar que todos procuramos?
A rotina. A azáfama da cidade igual a tantos outros dias. As pessoas dançam e re-dançam num contra-relógio frenético do dia-a-dia. No meio de tanta agitação e aparente caos as multidões compreendem-se mútuamente como se esta dança estivesse bem coreografada e milhares de vezes ensaiada.
Olhas para o relógio que te marca o tempo e corres. Saltas para esse turbilhão e apanhas o teu rumo, o teu carro, o teu metro, o teu autocarro, o teu barco, o teu... Sentaste e sossegas.
É nesse momento que és apanhado desprevenido... - Lá está ela! Quem? Aquela ali sentada junto à janela! Ah... Já tou a ver.
Ela devagar roda a cabeça na tua direcção, depois segue-se o olhar que se alinha perfeitamente com os meus olhos.
Por instinto desvio o olhar. Fico cego como quem acaba de levar com um forte feixe de luz.
- És linda... Pensei
...o vazio...
...o silêncio...
...o tempo parou...
Tudo ao meu redor está estático, o som não se propaga e a luz apenas ilumina aquela mulher sentada junto à janela. O jogo ainda agora começou...
Eu olho novamente para ela e os seus olhos voltam a encontrar-se com os meus. Fico assustado, não sei o que fazer... Não aguento mais...
De repente o olhar da mulher escapa-se timidamente e o meu volta-se para o chão.
...o barulho da estrada volta novamente...
...o relógio volta a cliquetar...
O veículo imobiliza-se.
E vejo-a sair.
(Hoje deu-me para isto... deve ser porque está de chuva.)
A rotina. A azáfama da cidade igual a tantos outros dias. As pessoas dançam e re-dançam num contra-relógio frenético do dia-a-dia. No meio de tanta agitação e aparente caos as multidões compreendem-se mútuamente como se esta dança estivesse bem coreografada e milhares de vezes ensaiada.
Olhas para o relógio que te marca o tempo e corres. Saltas para esse turbilhão e apanhas o teu rumo, o teu carro, o teu metro, o teu autocarro, o teu barco, o teu... Sentaste e sossegas.
É nesse momento que és apanhado desprevenido... - Lá está ela! Quem? Aquela ali sentada junto à janela! Ah... Já tou a ver.
Ela devagar roda a cabeça na tua direcção, depois segue-se o olhar que se alinha perfeitamente com os meus olhos.
Por instinto desvio o olhar. Fico cego como quem acaba de levar com um forte feixe de luz.
- És linda... Pensei
...o vazio...
...o silêncio...
...o tempo parou...
Tudo ao meu redor está estático, o som não se propaga e a luz apenas ilumina aquela mulher sentada junto à janela. O jogo ainda agora começou...
Eu olho novamente para ela e os seus olhos voltam a encontrar-se com os meus. Fico assustado, não sei o que fazer... Não aguento mais...
De repente o olhar da mulher escapa-se timidamente e o meu volta-se para o chão.
...o barulho da estrada volta novamente...
...o relógio volta a cliquetar...
O veículo imobiliza-se.
E vejo-a sair.
(Hoje deu-me para isto... deve ser porque está de chuva.)
4 comentários:
E quantas vezes isso já me aconteceu... ou fiz por acontecer.
Acho que todos nós passamos por isso... também gosto de observar as pessoas... um observar só por observar. E quando os olhares se cruzam, agrada-me! Porque por um só instante o mundo é composto apenas por aquelas duas pessoas...
Bom fim-de-semana
eu até diria "que venha mais chuva" mas acho que o desafio será maior se fizeres outra destas num dia se sol ;)
Baci!
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